O empreendedorismo no Brasil vem passando por uma transformação profunda nas últimas décadas. Não se trata apenas de criar negócios para sobreviver, mas de abraçar um propósito que vá além do lucro. Hoje, observa-se um novo propósito de transformação social guiando a mentalidade de quem decide empreender.
Essa mudança reflete não apenas a maturidade do ecossistema empreendedor, mas também a busca por empresas mais duradouras e resilientes, capazes de gerar impacto social e econômico. Neste cenário, a liderança e a motivação surgem como pilares fundamentais para a construção de equipes vencedoras.
Dados recentes da pesquisa GEM 2023, conduzida pelo Sebrae e Anegepe, mostram que a principal motivação para empreender mudou drasticamente. Enquanto em 2022 o maior motivo era “Ganhar a vida porque os empregos são escassos” (82%), em 2023, surpreendentemente, “Fazer a diferença no mundo” alcançou 77% das respostas.
Esse crescimento expressivo demonstra que o empreendedor busca, cada vez mais, alinhar seu negócio a um ideal maior. Empreendedores motivados por propósito tendem a se planejar melhor, investir em capacitação e sustentar suas atividades por mais tempo.
A liderança empreendedora vai além de ideias ou produtos. Trata-se de inspirar, engajar e criar um ambiente propício à inovação. O líder deve estimular a autonomia, valorizar a criatividade e buscar atualização constante.
Para isso, ele molda a cultura organizacional com visão estratégica, valorizando a experimentação e incentivando a tomada de riscos calculados. É essencial criar um ambiente inovador e colaborativo, onde cada membro se sinta parte da missão e queira contribuir para o sucesso coletivo.
Uma comunicação clara e empática é a base para manter a equipe motivada. Segundo a Harvard Business Review, “líderes devem ouvir e compartilhar claramente suas visões para melhorar a estratégia e aumentar a motivação da equipe”.
Além disso, a autonomia e os desafios alinhados aos objetivos organizacionais reforçam o senso de responsabilidade e pertencimento. Ao oferecer liberdade para propor soluções, promove-se iniciativa e proatividade em todas fases do projeto.
Por fim, o bem-estar dos colaboradores é essencial. Pesquisa da Amcham Brasil aponta que 94% dos líderes enxergam uma relação positiva entre bem-estar, motivação, engajamento e produtividade. Investir em qualidade de vida no trabalho resulta em maior comprometimento e menor rotatividade.
De acordo com a 28ª edição do ICRH da Robert Half, equipes de alta performance apresentam algumas características em comum:
Além desses pontos, é fundamental definir metas claras, estabelecer KPIs e promover responsabilidade coletiva pelos resultados, celebrando cada conquista e aprendendo com os erros.
Para transformar esse conjunto de características em prática, líderes podem adotar as seguintes estratégias:
Implementar painéis de desempenho e reuniões regulares de feedback ajuda a acompanhar o progresso e ajustar rotas quando necessário.
O treinador Bernardinho, ícone do vôlei brasileiro, é um exemplo claro de como a liderança pode formar campeões. Sua postura é baseada no respeito ao potencial humano e no estímulo constante à superação de limites.
Na cultura pop, séries como “Legacy” e “Ted Lasso” ilustram magistralmente a combinação de apoio emocional e foco no bem-estar, mostrando que líderes que se preocupam com as pessoas conseguem extrair delas o melhor desempenho.
O futuro do empreendedorismo no Brasil passa pela construção de equipes alinhadas a um propósito claro. Quando a liderança investe em cultura, comunicação e bem-estar, favorece foco na qualidade e resultados consistentes e garante uma jornada sustentável.
Ao adotar práticas que valorizem a motivação e o engajamento, líderes e empreendedores podem construir times capazes de transformar realidades e gerar valor social e econômico de forma duradoura.
Referências
