Em um cenário global cada vez mais exigente, o investimento de impacto surge como uma ponte entre o mercado global de investimento de impacto e as necessidades sociais e ambientais do nosso tempo. Com cifras bilionárias e metas ambiciosas, esse movimento convida investidores e empreendedores a repensar o conceito tradicional de lucro.
Segundo a Global Impact Investing Network (GIIN), em 2022 o mercado atingiu a marca histórica de USD 1,164 trilhão, e hoje são mais de mais de 3.907 organizações gerenciam ativos de impacto em todo o mundo. Esse ecossistema registra um crescimento anual composto de 21% desde 2019, demonstrando que é possível unir escala e propósito.
O impulso é claro: investidores institucionais, fundos familiares e até indivíduos de alta renda redirecionam capital para projetos que geram retorno financeiro e transformam comunidades. Essa mobilização revela que o capital tem um papel ativo na construção de um futuro mais justo.
Vivemos a metade da década decisiva para a ação climática (2020–2030), alinhada ao 10º aniversário do Acordo de Paris. A ONU estabelece 2030 como prazo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e o investimento de impacto desponta como ferramenta vital para acelerar mudanças em larga escala.
Projetos de energia renovável, saneamento básico, educação de qualidade e saúde preventiva recebem aportes cada vez maiores. Ao direcionar recursos a iniciativas de impacto, investidores contribuem diretamente para o cumprimento das metas globais.
O Brasil vem fortalecendo suas bases para um ecossistema de impacto robusto. A Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto busca fortalecer esse ecossistema de investimento ao facilitar o acesso a capital e conexões entre empreendedores e financiadores.
Relatórios da ANDE, Instituto Clima e Sociedade e Fundação Grupo Boticário, com apoio da Wright Capital, mostram que 38 investidores de impacto ativos no país estão distribuindo recursos em setores chave, como educação, agricultura sustentável e inclusão financeira.
Desde 2013, a ANDE realiza pesquisas anuais que comprovam o papel transformador dos empreendedores. Para muitos, o investimento de impacto não é apenas um retorno financeiro, mas um legado social, gerando emprego, renda e inovação em comunidades históricamente desfavorecidas.
O Brasil segue padrões globais de crescimento em ativos intangíveis. investimento em ativos intangíveis do Brasil cresceu 14% entre 2020 e 2021, enquanto o investimento em ativos tangíveis subiu 8%. Há uma clara migração de recursos para software, dados e propriedade intelectual.
Globalmente, os investimentos em intangíveis expandiram-se quase 3% entre 2023 e 2024, chegando a USD 7,6 trilhões, enquanto os ativos tangíveis tiveram crescimento de apenas 1%. A inteligência artificial emerge como tema especial, abrindo novas fronteiras para venture capital e parcerias público-privadas.
A GIIN lidera iniciativas para profissionalizar o mercado de impacto, fornecendo pesquisas e promovendo o GIIN Impact Forum em seis continentes. Esse encontro reúne líderes, fundos e startups para troca de experiências e parcerias internacionais.
O ChangeNOW 2025, por sua vez, apresenta mais de mil soluções sustentáveis, permitindo que investidores descubram tecnologias disruptivas e negócios escaláveis. Esses eventos são oportunidades de aprendizado e, sobretudo, de conexão entre quem busca lucro e quem almeja legado.
O investimento privado deve seguir resiliente, mas enfrenta desafios macroeconômicos em 2025 e 2026. No Brasil, o IDP projetado é de USD 72,6 bilhões (3,2% do PIB) em 2025, mantendo o país entre destinos atrativos.
Você, investidor ou empreendedor, pode aproveitar esse momento para:
Ao seguir essas diretrizes, é possível gerar retornos financeiros consistentes e, ao mesmo tempo, contribuir para um futuro sustentável. O investimento de impacto prova que lucro e propósito podem, sim, caminhar de mãos dadas.
Referências